Por que tantas pessoas não são felizes?


Por Wagner Coutinho*

Essa é uma pergunta profunda e recorrente. Talvez você já tenha se feito essa pergunta ou conversado com alguém sobre o tema. A felicidade, ao contrário do que muitos imaginam, não reside em grandes feitos ou conquistas, mas está intimamente ligada à nossa capacidade de viver com presença afetuosa, autodomínio, gentileza e, acima de tudo, em estar verdadeiramente presente na vida.

Quando falo em "presença na vida", refiro-me à habilidade de se envolver integralmente em cada momento, de vivenciar cada situação, seja ela agradável ou desafiadora. A vida nos oferece uma vasta gama de sentimentos e experiências, e é justamente essa diversidade que nos proporciona aprendizado e crescimento.

No entanto, vivemos em uma era de estímulos constantes. Estamos cercados por distrações que nos bombardeiam a todo momento, dificultando nossa capacidade de absorver e processar o que estamos vivendo. Como consequência, muitos de nós estamos constantemente em busca da próxima experiência, sem realmente vivenciar o momento presente de forma plena.

Imagine a vida como uma vitrine repleta de guloseimas. Você pode experimentar todos os sabores e desfrutar de cada um deles. O problema surge quando, ao provar o primeiro doce ou salgado, em vez de saborear e apreciar a experiência, já estamos ansiosos pelo próximo. Esse ciclo se repete indefinidamente: provamos, mas não saboreamos; vivemos, mas não nos entregamos ao momento.

Essa busca incessante pelo "próximo" é o que frequentemente nos afasta da felicidade. Estamos tão focados no que vem a seguir que nos esquecemos de desfrutar do que está diante de nós. Ao não vivenciar plenamente cada experiência, deixamos de acumular o aprendizado e a gratidão que ela pode nos proporcionar. Como resultado, a vida parece um ciclo interminável de buscas, mas sem o verdadeiro prazer de desfrutar e o significado que cada momento pode oferecer.

Para ser feliz, é essencial aprender a vivenciar e saborear a vida, estar presente em cada situação, e dar espaço para que os sentimentos se manifestem e sejam processados adequadamente. Só assim conseguiremos transformar o ato de viver em uma experiência mais rica, única e satisfatória, onde a felicidade não é algo a ser perseguido, mas algo que emerge naturalmente do ato de viver com presença e plenitude.

"Carpe Diem" quer dizer “colha a vida”. Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Ela acontece sempre no presente. (Rubem Alves)

* Wagner Coutinho é Psicólogo Clínico e Escolar, registrado sob o CRP 06/150649.
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